Treze entra em 2013 para acabar com os altos e baixos da últimatemporada
Por Expedito Madruga
Campina Grande
O torcedor do Treze viveu um ano de altos e baixos em 2012. O problema é que as maiores alegrias do time surgiram no tapetão e não dentro de campo. Da decepção em ficar fora de uma final de Campeonato Paraibano depois de quatro anos ao êxtase de ter conseguido a vaga na Série C, o clube viveu uma montanha russa de emoções.
O ano até que começou promissor. Mesmo com um futebol burocrático, as vitórias vinham acontecendo no Campeonato Paraibano. Na Copa do Brasil, o Galo fez dois jogos épicos contra o Botafogo-RJ e só perdeu a classificação na decisão por pênaltis, no Engenhão. O primeiro vilão de 2012 apareceu ali: o meia Léo Rocha, que tentou a cavadinha na cobrança decisiva e parou nas mãos do goleiro Jéfferson.
Ainda assim, jogar de igual para igual com um dos melhores times do país animou a torcida. Já sem Léo Rocha, dispensado, o Treze chegou na última rodada da fase de classificação do segundo turno brigando pela liderança com o Campinense.
Até que... Bem, aí apareceu o Sousa. O Dinossauro venceu três partidas seguidas - a primeira delas, depois de estar perdendo por 2 a 0 - resultado que dava ao Treze o primeiro lugar na fase - e acabou eliminando o rival da disputa. O vice-campeonato estadual dos sertanejos também tiraria o Galo da Série D, encerrando a temporada mais cedo.
Se dentro de campo o time não resolveu, entrou em cena o departamento jurídico. A briga foi boa e chegou a paralisar as Séries C e D do Campeonato Brasileiro por incríveis 32 dias. E o que ninguém acreditava acabou acontecendo: o Treze dobrou a CBF, excluiu o Rio Branco-AC da disputa e pôde jogar a Terceirona. Era a resposta ao Campinense, acusado de ter facilitado as coisas para o Sousa na segunda fase do Paraibano justamente para tirar o Treze da quarta divisão.
Mas o atraso na preparação para a Série C comprometeu o desempenho do time, formado em meio à competição. Sem entrosamento e com uma tabela desfavorável (os três primeiros jogos foram longe de Campina Grande), o Treze não se encontrava. Logo, estava flertando com a zona de rebaixamento.
A situação ficou insustentável a duas rodadas do fim do campeonato. O Galo precisava vencer o Águia e o líder Luverdense para não cair. Marcelo Vilar não suportou a pressão e acabou sendo demitido. Sobrou para Sérgio Cosme, que entrou com a missão de salvar o time e, quem sabe, até conseguir a classificação.
O primeiro objetivo foi cumprido com louvor, graças às duas vitórias - 4 a 0 no Águia e 2 a 0 no Luverdense; e por pouco o Galo não consegue também a classificação, terminando em quinto lugar no Grupo A, a dois pontos do Icasa.
Para 2013, Sérgio Cosme foi mantido depois de uma negociação que durou três semanas. A diretoria até cogitou contratar Itamar Schulle, mas o Santo André não liberou o treinador.
Só dois jogadores da Terceirona
Sem muito tempo, Sérgio Cosme tratou de indicar as contratações. O time é praticamente novo - apenas o goleiro Beto e o volante Júlio César permaneceram do elenco que disputou a Série C. O terceiro remanescente, o lateral Aderlan, deixou o clube no início do mês.
Em compensação, chegaram jogadores de confiança do treinador, como os zagueiros Jacó e Léo Breno, o meia Mazinho e o atacante Thiago Chulapa.
- A meta era renovar com alguns jogadores da Série C, mas isso acabou não sendo possível. Formamos um novo elenco, capaz de dar alegrias à torcida e brigar pelo título paraibano e pelo acesso para a Série B - disse Josimar Barbosa, o Joba, gerente de futebol do Treze.
Mas o elenco ainda está longe de estar fechado. Foram apenas 13 contratações até agora, o que obrigou Sérgio Cosme a recorrer aos garotos da base. O primeiro amistoso do time já deixou claro que as dificuldades serão grandes - empate em 1 a 1 com o Vera Cruz, da segunda divisão do futebol pernambucano. No último domingo, o time venceu o Pesqueira por 2 a 0, mas também sem convencer.
A diretoria corre contra o tempo. O Treze até tenta seduzir os jogadores com a promessa de calendário cheio na temporada, mas nem isso reflete em contratações de peso.
- Muitos jogadores avisam que querem disputar a Série C, mas não o Paraibano. É uma situação difícil. É mais fácil formar um elenco em abril do que em dezembro - constata Joba.
Eleito no fim do ano, o novo presidente do Galo, Eduardo Medeiros, já deixou claro que não pretender passar pelas agruras financeiras de seu antecessor, Fábio Azevedo, que se despede do clube nesta segunda-feira.
- Ficou decidido que a folha será una. Isto é: pagou para o jogador, obrigatoriamente se pagarão os funcionários. Em acontecendo de não ter todo o dinheiro, primeiro serão pagos os funcionários do clube, aqueles assalariados - explicou, dificultando ainda mais as negociações com jogadores.
De qualquer forma, o Treze entra no Paraibano com status de favorito. Mas desta vez, sem altos e baixos.
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